sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Desconectar para conectar

         Após um blecaute de luz no meu trabalho, juntamente com o fim da bateria do celular, tive a sensação de ficar sem chão. Precisava me comunicar com as pessoas, saber o que estava acontecendo e, para isso, não havia nem celular, nem internet. Então, vem o pensamento: como o homem moderno necessita manter-se conectado! Na verdade, como eu preciso. É importante manter-se informado, e atualizar-se com as novas mídias sociais, pois agilizam a comunicação tanto a nível profissional como a nível pessoal, mas até que ponto isso não afeta o nosso ‘ser’ humano?
 A informação não influencia só na maneira de nos relacionarmos, mas também na nossa natureza humana. Após a jornada de um trabalho normal, sente-se o cansaço físico, que auxilia a vinda do sono. Já o cansaço de quem trabalha conectado o dia inteiro, com internet e celular,é o mental, que, ao contrário do físico, desperta o indivíduo na hora de deitar-se e não permite um sono tranqüilo.
         Necessitamos de Deus, de água, de respostas, de natureza, de amor, de abraço, mas não de internet. A espécie humana sobreviveu ‘anos-luz’ sem luz elétrica, então porque a internet precisa estar em tudo atualmente? Seu papel é importante no mundo globalizado de hoje pela era digital em que vivemos,como Bento XVI afirma‘tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais. ’ Entretanto, porque manter-se conectado é tão essencial para o ser humano individualmente? Será que a informação, já que dá ao indivíduo uma falsa impressão de controle do que está acontecendo ao seu redor, não se tornou uma zona de segurança para as pessoas, que vivem no mundo onde é pregado a inexistência de algo sólido para acreditar?         
         Especialistas impressionam-se com a descoberta de que a internet dá a sensação das distâncias geográficas tornarem-se menores e do tempo passar mais rápido. Embora eu queira ser jornalista e meus instrumentos de trabalho sejam a informação e a internet, acredito que quem diminui realmente as distâncias e faz o tempo passar mais rápido  é o amor. Como as palavras às vezes passam,mas as imagens permanecem, dou continuidade ao meu texto com o vídeo a seguir,que, ao tornar concreto,comprova tudo isso.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

TRAPASSIONE - A arte das Novelas Brasileiras



   Nas férias, por possuir mais tempo, costumo fazer o que durante o ano não faço: andar arrastando o chinelo Havaianas, ver a chuva de verão cair, e, para realizar algo em família, assistir a novela das 20h. Embora eu só assista em janeiro, o pouco que acompanho permite-me dizer que os enredos geralmente são uma escola de ladroagem e traição. Exemplifico com a última novela do horário nobre, Passione, que irrigada de trapaças, jogos de interesses, e assassinatos, deveria chamar-se Trapassione. A freqüência que os maus exemplos são colocados em diversas novelas, por mais que seja somente ficção, torna os desvios de conduta normais para a nossa sociedade.
    A televisão tem o objetivo, além de informar e vender, entreter. No entanto, é triste pensar que famílias brasileiras esquecem seus problemas assistindo histórias feitas das tragédias da vida humana; talvez ao assistir essas novelas, seus problemas pareçam pequenos perto do que lhes é apresentado, e isso lhes gera conformismo perante sua realidade. (Aqui nos lembramos da velha política romana do Pão e Circo –' pois dando o que comer e do que se entreter, o povo permanece em silêncio ').
   O preocupante nessa situação é que o que é exibido na televisão de um país é reflexo do seu povo, pois se não tivesse nenhuma semelhança, a mídia não atrairia o seu público local. Pode-se comprovar isso comparando os seriados americanos e as novelas brasileiras: o forte nacionalismo da população estadunidense é percebido nas suas séries, pois o estilo de vida abordado é somente o do norte-americano. Já no Brasil, as novelas que fazem mais sucessos são aquelas que retratam as culturas da Ásia, da Europa, dos Estados Unidos, devido à prefência dos brasileiros pelo "importado". Outro fato são as comédias dos americanos que, fazendo sátiras do seu governo, desenvolvem o senso crítico da população. Na comédia brasileira, as sátiras são feitas do modo de viver dos próprios brasileiros, possibilitando o povo achar graça de sua desgraça.
   Encerro a análise sociológica, e coloco minha visão individual citando a passagem de Mateus 6,21 ‘Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração’. Tu demonstras teus valores e princípios naquilo que te és precioso, no que te és importante, e no que te fazes bem. Cuides com o que tu deixas entrar em tua casa e no que despendes o teu tempo, pois há coisas,como o tempo e a essência,que são preciosas demais para desperdiçar.