sábado, 9 de abril de 2011

Imprensa - O quarto poder (De quem? Povo, setor econômico, ou governo?)

  Como o dia do jornalista foi nesta última quinta (7 de abril), meu texto abordará a profissão e algumas releituras que tenho feito como estudante de jornalismo, católica, e cidadã, sobre a imprensa. Você, que é twitteiro, blogueiro, ou simplesmente que coloca notícias em um mural, tem um pouco de jornalista, pois jornal é toda e qualquer publicação dotada de atualidade, periodicidade, e variedade da matéria. Com tudo, isso não anula a necessidade do curso de jornalismo para quem quer informar para a grande massa, pois é na faculdade que nos tornamos aptos para exercer o jornalismo como um serviço público, que, de forma neutra e sucinta, pode colocar às claras o que muitas vezes setores influentes na sociedade querem esconder dos cidadãos. E é sobre esse jornalismo que quero falar.
  Infelizmente, o que vemos hoje são jornalistas que não têm mais o compromisso com a informação e sim com a "empresa jornalística" em que trabalham. Comunicando a notícia um pouco "alterada" para a venda de mais exemplares, os jornalistas desrespeitam os envolvidos com o fato e o próprio leitor quando fazem da informação simplesmente um produto. Além de alterar a notícia, muitas vezes emitem opinião como se fossem doutores do assunto e a colocam como verdade absoluta. Acham que podem falar mais que um médico sobre um assunto de saúde, mais que um engenheiro sobre uma obra pública, mais que um juiz sobre leis, e mais que a Igreja sobre sacramentos e dogmas da Igreja. O jornalista deve ter um conhecimento geral sobre as coisas, porque sua função é comunicar com a linguagem dos cidadãos o que é relevante para a sociedade, mas deve comunicar como um transmissor de conteúdo e não como uma fonte de conteúdo. Quando o jornalista passa por cima de quem realmente sabe do assunto, só comprova a sua falta de responsabilidade com a notícia apresentada perante a sociedade.
  No entanto, o jornalista forma-se assim pelo próprio sistema de comunicação social brasileiro. A grande mídia controla os principais tipos de meios de comunicação como um oligopólio: Globo, que controla revistas Veja, Época, O Globo, e a imprensa local RBS, que controla os jornais Pioneiro e Zero Hora e as rádios Atlântida e Itapema. Ou seja, nossa fonte de informação é uma só, o que dá poder à Globo para informar o que e do jeito que ela quer, de forma que ou o jornalista se adéqua a esse sistema, ou ele não é incluso na comunicação social. E quem controla a Globo? Partes do governo e as grandes empresas privadas brasileiras. Por isso, a imprensa brasileira mostra ocultando (quando noticia algum fato da forma que ela quer, ocultando informações, e destacando outras) e oculta mostrando (quando a mídia mostra um Brasil com uma realidade que não existe, com programas que entretém a população, mas não educam, e quando mais de 25% da programação é destinada à propaganda), pois ela tem um objetivo: manipular os cidadãos conforme o interesse dos setores envolvidos. Assim, da forma que a mídia é influente na população,  pratica-se a violência simbólica, que é trazer um conteúdo pronto ao individuo, não o instigando a pensar.


Segue abaixo um vídeo que fala sobre o funcionamento da comunicação social brasileira. Coloco para analisarmos a quem pertence à imprensa, quem ela influencia e que tipos de verdade ela nos coloca.