quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Para atuar(lizar)

Sim, eu continuo escrevendo, até mais do que antes. Mas em outros locais. Não, eu não abandonei o blog, fiz uma breve pausa (de seis meses) até tudo se ajeitar. Sim, sinto saudade de atualizar isso aqui. Não, não consegui postar os meus textos novos, então vou postar o do Natal. Sim, sempre é Natal e a mensagem deve ser renovada todo o dia, então ainda dá tempo de transmitir o que quero falar. E, sim, vou iniciar 2012 com a esperança de atualizar mais frequente o blog ou pelo menos de fazer alguma mudança que o torne mais simples (apesar que acho que ele veio para ser crítico, e uma crítica fundamentada não é simples e breve, mas vou continuar tentando). 

Mais um Jesus vai nascer 
(Para ser postado na véspera do Natal, mas...sempre é véspera, estamos sempre esperando Jesus)

Nada mais óbvio que uma coluna sobre o Natal na véspera da festa. Todos querem propor uma reflexão, trazer ao mundo sua lição de vida nessa época do ano. Por que será que esse momento nos levanta tantos pensamentos?
Nada mais comum que um dezembro agitado, entre receber o salário e gastá-lo em presentes. Já é Natal para o comércio há mais de dois meses. Ninguém mais aguenta as músicas natalinas e as cores vermelho, verde e dourado. Ano após ano, os centros das cidades ficam tumultuados e estressantes, e, ano após ano, reclamamos disso. Mas, afinal, todos precisam comprar seus presentes. Por qual motivo as pessoas se sentem convocadas a presentear para agradecer ou mostrar carinho?
A faxina mais pesada do ano é feita na preparação da festividade, pelo menos onde a família é de descendência italiana. Dezembro é mês de arrumação, de recolher o que não se usa mais para doar. O que o Natal suscita nas pessoas que faz com que elas queiram se preparar?
Também é o momento onde se contata os familiares para participar da ceia. Podemos não ter falado com eles durante o ano, mas todos precisam estar na confraternização. O que o Natal tem que faz com que as pessoas queiram estar juntas?
Então, é Natal (de novo). Desejos de paz, saúde e felicidade. Podem só durar uma noite ou até serem resgatados no Ano Novo, mas todos querem expressá-los. Infelizmente, por ser tudo tão previsível, parece que nós só passamos pelo Natal. Nada mais surpreende. Se a festa é sempre igual, qual é o sentido de vivê-la?
Uma certa vez, uma criança, com seus cinco anos de idade, mas muitos de esperteza, me perguntou “se em todo Natal Jesus nasce, então existem muitos ‘Jesuses’ no mundo?”. De forma inocente, ela se questionou o sentido do Natal. Perguntou-se qual é a novidade que é celebrada, se todo ano acontece a mesma coisa.
Pois está aí a resposta. A festa justamente comemora o novo. Natal é nascimento de um novo. É a festa da esperança, onde se renova a esperança de mudança. E é logo o novo, a mudança, a novidade, que ela tem perdido. O evento tem diminuído o brilho, pois tem perdido sua essência e virado um protocolo.
Vamos à origem da festa. Jesus era a única esperança do povo hebreu de uma libertação social. A população esperava expectante pelo Messias. Ao nascer, renovou toda a possibilidade de mudança. Já para os cristãos, trouxe a esperança de uma libertação espiritual. Jesus representa, para quem nele acredita, a possibilidade de esperançar com uma nova vida. É isso que essencialmente o Natal significa.
Não é culpa da comercialização, das reflexões e das faxinas. Queremos refletir para ajudar as pessoas, presentear para agradecer, arrumar a casa para sentir um novo material e estar reunido para acreditar juntos nessa mudança. De certo modo, essas atitudes tem sentido quando, por trás delas, há um sentido maior.
O que precisamos é renovar a nossa esperança de mudança. Talvez para isso, precisamos mudar de verdade durante o ano. A descrença que o Natal possa trazer um novo é porque não vivemos o novo proveniente do Natal passado. Não é culpa do Natal. É resultado do ano. Mas vamos renovar a esperança. Não é por nada que a festa vem antes do Ano Novo, logo, ainda há tempo de viver tudo diferente. 
Que o Natal seja o momento em que as pessoas acreditem que vale a pena viver um Ano, de fato, Novo! 

Então, um ano novo cheio de Jesus a todos!



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