sábado, 16 de julho de 2011

Cont(ato)s

   Sabemos que vivemos em uma Era diferente. Os adultos buscam incessantemente estudá-la para compreendê-la. Nós, jovens, buscamos vivê-la. É engraçado ver como os adultos estudam os fenômenos das redes sociais, da internet, da compressão do tempo e do espaço, da geração y, e nós nem nos interessamos em nos perguntar sobre isso. Não paramos para pensar por que esse nosso modo novo de viver espanta tantos estudiosos. Mas é um questionamento interessante.
   São diferentes tipos de valores. Não somente  os valores morais se alteraram, mas também o peso de importância de certos elementos. Na Era da Agricultura, até o ano de 1776, o principal valor era a terra, de forma que as atividades da sociedade giravam em torno da propriedade. Por volta de 1860, na Era do Artesanato, quem possuía domínio sobre o trabalho, sobre a mão de obra, possuía mais relevância social. Em 1970, o capital era o principal valor, pois vivíamos a Era industrial. Agora, desde o ano 2000, vive-se a Era do Conhecimento, e o elemento mais estimado pela sociedade é a informação.
   Por que todo esse retrospecto histórico? Pois assim entendemos nossa juventude e seus fenômenos. A informação como notícia traz segurança aos jovens desta época, e a rede de relacionamentos lhes garante inserção social. Talvez seja aqui a explicação dos jovens permanecerem tanto tempo vivendo uma vida virtual e pouco real. Talvez seja aqui o motivo pelo qual nossa juventude se aprofunda tão pouco em conteúdos, em idéias, em caminhos. Estar bem atualizado e em dia com seu grupo social basta. Será?
   Ter contatos realmente ajuda a viver neste tempo, entretanto só isso não nos garante nada. A informação, seja rede de relacionamentos, notícias, idéias, só tem algum valor se acabar em construção pessoal e comunitária. É necessário refletir, partilhar, e aplicar a informação para que ela vire de fato conhecimento. Ou seja, contato sem ato de nada serve. Fica só cont.